AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO ACRE
A emancipação político-administrativa de três antigos seringais acreanos que se tornaram cidades completa 49 anos nesta quarta-feira, 14, marcando os aniversários de Assis Brasil, Senador Guiomard e Manoel Urbano. Os municípios celebram a data com importantes avanços, resultantes dos investimentos do governo do Acre.
Com foco no desenvolvimento e progresso dos 22 municípios do estado, o trabalho do governo Gladson Camelí em benefício da população tem se materializado por meio de ações em saúde, educação, comunicação, meio ambiente, segurança, abastecimento de água, saneamento básico, agricultura familiar, acesso à cidadania e infraestrutura, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Sempre que homenageia as cidades, o governador Camelí faz questão de enfatizar a reunião de esforços e parcerias com as prefeituras, para que a presença do Estado alcance todos, sempre com atenção às necessidades e identidade específicas de cada município.

“O importante é estarmos unidos, buscando o melhor para o nosso estado, e é isso que estamos fazendo nos últimos anos, com muita determinação. São 22 cidades que têm demandas diferentes e que precisam da mão do Estado para que os avanços possam chegar. Juntos podemos fazer muito mais pelo nosso povo e, nesta data festiva, é o momento de fazermos o balanço do que estamos conseguindo fazer para melhorar o nosso Acre e traçar novas metas a serem alcançadas. Aproveito para dar meus parabéns a todos os moradores dessas cidades que completam quase meio século hoje”, destaca.
Como parte das comemorações, vale a pena resgatar aspectos da história e algumas das principais ações de governo do Estado nas cidades aniversariantes.
Assis Brasil: na tríplice fronteira
Situada na tríplice fronteira Brasil-Peru-Bolívia, Assis Brasil fica a pouco mais de 341 km da capital, Rio Branco, pela BR-317, a Rodovia Interoceânica.
Antes de se tornar município, a localidade foi o antigo Seringal Paraguçu, desbravado em 1908, que se tornou Vila de Assis Brasil em 1958, pertencente ao município de Brasileia, de onde o território foi desmembrado e emancipado oficialmente em 14 de maio de 1976.
O nome homenageia Joaquim Francisco de Assis Brasil, embaixador que teve papel de destaque, com o Barão do Rio Branco – então ministro de Estado das Relações Exteriores – e Plácido de Castro – líder da Revolução Acreana – , na assinatura do Tratado de Petrópolis, entre Brasil e Bolívia, em 1903, que garantiu ao Brasil a posse das terras que se tornaram o Território do Acre, bem como o direito da exploração da borracha na região.
Compondo um núcleo populacional com localidades vizinhas como a cidade peruana de Iñapari e a boliviana Bolpebra, os habitantes de Assis Brasil estão estimados em 8,1 mil pessoas, de acordo com o Censo do IBGE de 2022.
Os investimentos do governo do Estado em Assis Brasil têm chegado por meio de obras de infraestrutura rodoviária e pavimentação de ruas, saúde, meio ambiente, educação e, mais recentemente, habitação.
Por meio da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo (Sehurb), o governo do Acre realizou, no dia 23 de abril, o sorteio de 11 unidades habitacionais destinadas a famílias em situação de vulnerabilidade social no município, que atendem aos critérios dos programas sociais e foram adquiridas com recursos provenientes do Fundo Estadual de Habitação. O investimento total é de mais de R$ 855 mil.
Com apoio e presença do Estado, Assis Brasil ganhou mais um reforço para o turismo local, com a inauguração da praça Henoch Timóteo de Araújo. Com quiosques, banheiros e um Centro de Atendimento ao Turista, o espaço público construído pela prefeitura tem proporcionado mais oportunidades ao desenvolvimento local, além de se constituir em um dos mais importantes espaços de lazer e cartão postal da cidade.

Acompanhado pelo prefeito Jerry Correia, o governador Gladson Camelí inaugurou o novo auditório da Escola Iris Célia Cabanellas Zanini, moderno e climatizado, com capacidade para 106 pessoas, cuja obra foi realizada pelo governo do Estado.
Além disso, há investimentos na educação indígena, com a construção de quatro escolas e melhorias nas escolas existentes, como a reforma e ampliação da Escola Sandoval Batista e a cessão de dez ônibus escolares.
Em Assis Brasil, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e em parceria com o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), realizou o curso “Mudança climáticas: cenários e impactos sobre os recursos hídricos”.
A pavimentação das ruas da cidade também tem contado com o apoio do Estado. Governo e Prefeitura de Assis Brasil firmaram convênio no valor de R$ 3 milhões para a recuperação de ramais, vias urbanas, calçadas e drenagem, revitalização de praças, manutenção da iluminação pública, locação de máquinas pesadas e compra de combustível e peças.
Os moradores da Rua Juvenal Duarte, no bairro Plácido de Castro, foram agraciados, o que também foi o caso das obras no bairro Bela Vista, na Rua João José do Bonfim, primeira via secundária da rua de acesso principal ao município.

A saúde de Assis Brasil também tem recebido reforço, com a melhoria do fluxo de atendimento de pacientes na Unidade Mista de Saúde.
Os povos indígenas de Assis Brasil foram beneficiados com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Foram beneficiadas centenas de famílias nas comunidades indígenas da região, pois a iniciativa, além de abastecer as escolas com alimentos orgânicos, vai gerar renda para o Povo Mamoadate.
Senador Guiomard: o point do amendoim
O município de Senador Guiomard, distante da capital Rio Branco cerca de 25 km, pela rodovia AC-40, começou a se formar em 1930, no local que se constituía de dois seringais ou colocações – o Quinari e o Grande Quinari -, no auge do extrativismo.
Com a abertura da estrada até Rio Branco em 1947, o general Guiomard dos Santos, quando governador do território do Acre, em 1950, e o secretário-geral do governo, coronel Manoel Fontenelle de Castro, teriam comprado grande extensão de terras, que dariam início à cidade, povoada também por dezenas de nordestinos, atraídos pela exploração da borracha.
Entre 1956 e 1957, a localidade teve seu primeiro subprefeito e passou a ser a Vila Grande Quinari. Nome que, segundo moradores mais antigos, está associado à árvore quinaquina ou quinquina (vocábulo quechua que significa “casca das cascas”), que havia em abundância no lugar e de cujas raízes se faz chá para curar febres e várias doenças. Alguns historiadores associam a origem da palavra a “quinari”, igualmente indígena, que significa “igarapé”.

A partir de 1959, registra-se a chegada de famílias japonesas, que até hoje permanecem na região e desenvolvem a cultura do amendoim, período em que também chegaram pessoas do Sudeste brasileiro atraídas pela pecuária.
Atualmente com número de habitantes estimado em 21.454 pessoas, de acordo com o Censo do IBGE de 2022, mesmo tendo recebido o nome oficial de Senador Guiomard, a cidade que foi desmembrada de Rio Branco é popularmente conhecida até hoje como Quinari.
Com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento regional, o governo do Acre investe principalmente em infraestrutura, educação e saúde em Senador Guiomard.
Visando melhorar a infraestrutura local, facilitar o acesso e o transporte na região, o governo investiu R$ 900 mil na execução dos serviços de imprimação para a pavimentação asfáltica das ruas Senador Adalberto Sena e Cleto Reinaldo Ramos na cidade, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre).
Também por meio do Deracre, em parceria com a prefeitura, foi realizada uma operação tapa-buraco na Avenida Castelo Branco, que é a principal do município, proporcionando mais mobilidade e segurança aos pedestres e motoristas, com serviços de recuperação, retirada e limpeza do pavimento quebrado, aplicação e compactação de nova massa asfáltica na via.
Somente neste ano de 2025, estão sendo aplicadas 200 toneladas de massa asfáltica, repassadas pelo Estado, por meio de termo de cessão, para a recuperação das principais ruas e avenidas do município.
Com a participação de 19 escolas urbanas e rurais, foi realizada na localidade a Mostra Viver Ciência Itinerante, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE). A exposição recebeu cerca de três mil visitantes nos dois dias de realização, na Escola Cívico-Militar 15 de Junho. O evento também ofereceu serviços essenciais à comunidade, como a emissão de documentos pela OCA Móvel, entre outros.

Com o programa Opera Acre, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), realizou mais um mutirão de cirurgias no Hospital Ary Rodrigues, em Senador Guiomard. Foram beneficiados 30 pacientes com a cirurgia de vasectomia – procedimento médico de esterilização para homens que têm certeza de que não desejam (mais) ser pais. Já neste ano de 2025, outro mutirão contemplou a população do município, aliviando a fila de espera por cirurgias gerais.
Em continuidade ao trabalho de apoio aos produtores rurais, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Acre (Emater) fez, em março, o cadastramento de mais de 30 famílias do município no aplicativo Terras, para a avaliação ambiental e acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos.
Manoel Urbano: vida pacata no meio da floresta
Manoel Urbano originou-se da Colocação Tabocal, quando, no fim do século passado, dois irmãos conhecidos como João e Zé Moaco instalaram-se à margem direita do Rio Purus, dando esse nome ao lugar devido ao imenso bambuzal que ali existia.
Tempos depois, o nome mudou para Vila Castelo, devido ao navio Castelo, que ficou encalhado no Rio Purus durante um período de seca, obrigado a aguardar a cheia para regressar ao porto de Belém (PA). Na época, o transporte de pessoas, o abastecimento e o escoamento dos produtos eram feitos exclusivamente por via fluvial, em navios e embarcações menores, vindos dos portos de Belém e Manaus (AM).
O município, que fica distante da capital Rio Branco 228 km e atualmente tem acesso rodoviário pela BR-364, foi desmembrado de Sena Madureira e recebeu o nome pelo qual é conhecido atualmente em homenagem a um dos primeiros exploradores do Rio Purus, Manuel Urbano da Encarnação. Apesar de fundado em 1º de março de 1963, sua autonomia foi oficializada em 14 de maio de 1976, por meio da Lei nº 588.

Em atenção aos seus 11.996 habitantes, segundo Censo de 2022 do IBGE, o governo do Estado ali investe em infraestrutura, cidadania e acesso a serviços essenciais.
Com o aporte de mais de R$ 2,2 milhões, de orçamento próprio, o governo realizou a revitalização do aeródromo de Manoel Urbano, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), possibilitando a realização de voos noturnos. As melhorias contemplaram pavimentação dos acessos, tratamento no acesso de entrada do aeródromo, balizamento noturno e manutenção predial, impactando positivamente não apenas a população local, mas também de toda a regional.
Também por meio do Deracre, além do trabalho conjunto entre as secretarias de Estado de Planejamento (Seplan) e de Governo (Segov), o governo alocou R$ 3,5 milhões para a realização de estudos ambientais no Ramal do Juazeiro, que liga Santa Rosa do Purus a Manoel Urbano, tirando aquela população do isolamento terrestre. A estrada compreende um total de 199 km.
Desde 2024, os moradores de Manoel Urbano não precisam mais se deslocar a outra cidade para retirar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e realizar serviços relacionados a veículos e multas. Foi entregue pelo governo, à população do município, a 16ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), um antigo anseio dos murbanenses. A abertura da unidade do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) é fruto de parceria entre governo e Prefeitura de Manoel Urbano.

Uma das ações que o governo tem levado ao município é a facilitação da retirada de documentação. Em celebração à Semana dos Povos Originários, por exemplo, a Polícia Civil do Acre (PCAC) promoveu uma iniciativa em parceria com o Tribunal de Justiça (TJAC), Ministério Público do Estado e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai/AC) e favoreceu os moradores da Aldeia Boaçu, localizada no Alto Rio Purus, com atendimentos do Instituto de Identificação da PCAC.
Uma ação voltada para as mulheres do setor produtivo do município também foi realizada em alusão ao Dia Internacional da Mulher, dando visibilidade ao trabalho das agricultoras e celebrando o fortalecimento dessa população. A iniciativa partiu da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher) na 3ª Convenção Mulheres da Terra – Juntas Somos Mais Fortes.
Regularização fundiária também foi uma das ações que o governo levou para a cidade. Por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), e com apoio do governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), foi realizada uma ação integrada com atendimento aos produtores rurais de Manoel Urbano.