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Presidente marcou posição contra conflitos e destacou ser ‘mais fácil investir na guerra do que na paz’ durante abertura do Brics
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou o risco de uma nova catástrofe nuclear e marcou posição contra guerras durante abertura da 17ª Cúpula dos Brics neste domingo (6).
“O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano. As violações recorrentes da integridade territorial dos Estados, em detrimento de soluções negociadas, solapam os esforços de não-proliferação de armas atômicas”, declarou.
As afirmações do presidente foram direcionadas aos representantes políticos do Brics e cobraram uma atuação do grupo para responder aos conflitos e internacionais.
“Sua representatividade e diversidade o torna uma força capaz de promover a paz e de prevenir e mediar conflitos”, apontou.
Lula também destacou ser “mais fácil investir na guerra do que na paz”, e pediu por uma mudança no Conselho de Segurança para maior representatividade em resposta às guerras, com a inclusão de novos membros da Ásia, África, América Latina e do Caribe.
“Adiar esse processo torna o mundo mais instável e perigoso. Cada dia que passamos com uma estrutura internacional arcaica e excludente é um dia perdido para solucionar as graves crises que assolam a humanidade”, destacou.
Posição por guerras
O presidente também citou as guerras, entre Israel e o grupo terrorista Hamas, e entre Rússia e Ucrânia, com apelo para que os dois conflitos cheguem ao fim.
“Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas, mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e a matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra. A solução desse conflito só será possível com o fim da ocupação israelense e com o estabelecimento de um Estado palestino soberano”, disse.
Brics no Brasil
Chefes de Estado e representantes dos 11 países dão início ao 17º encontro da Cúpula de Líderes do Brics, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A expectativa é que os debates de domingo tratem de alternativas voltadas para forma de contenção de tensões internacionais e deem avanços à pauta econômica.
Ao longo do evento, os representantes também vão discutir a crise climática e inteligência artificial. Cooperação em saúde, novos e investimentos e o desenvolvimento do próprio Brics também fazem parte da lista de prioridades do grupo.
Criado em 2009, o grupo reúne atualmente 11 países — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — e conta com dez nações parceiras.
ntegrantes permanentes
- África do Sul
- Arábia Saudita
- Brasil
- China
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Etiópia
- Indonésia
- Índia
- Irã
- Rússia
Nações parceiras
- Belarus
- Bolívia
- Cazaquistão
- Cuba
- Malásia
- Nigéria
- Tailândia
- Uganda
- Uzbequistão
- Vietnã
Dos cinco membros originais do Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, dois não estarão presentes na reunião da Cúpula do Brics. O presidente da China, Xi Jinping, será representado pelo primeiro-ministro Li Qiang.
Enquanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também não estará presente, mas participará da reunião por videoconferência. A comitiva russa terá a presença do ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.