Governo Lula acelera pagamento de emendas às vésperas da sabatina de Zanin

Só em junho, o Planalto já liberou R$ 2,4 bilhões a deputados e senadores

Para não repetir as derrotas sofridas na Câmara dos Deputados, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva acelerou a liberação de recursos para os parlamentares nas duas últimas semanas. Até o momento, foram R$ 2,4 bilhões pagos no mês de junho.

A liberação do dinheiro público para deputados e senadores acontece às vésperas de votações importantes para o Executivo. Entre elas estão a análise do projeto do novo arcabouço fiscal pelo Senado e a indicação do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo já tinha empenhado valores expressivos desde que passou a enfrentar dificuldades em votações no Congresso, mas ainda não havia feito pagamentos neste volume.

Até maio, o total efetivamente desembolsado pelo governo não passava de R$ 27 milhões. No fim de março, em meio a uma semana conturbada nas relações com o Congresso, o governo Lula empenhou R$ 1,7 bilhão em emendas para os parlamentares em um único dia.

Desta vez, o governo está cumprindo a promessa ao depositar o dinheiro nas contas de prefeituras e de projetos indicados pelos parlamentares. O valor é referente às emendas individuais.

Beneficiados pelas emendas

O PSD, com três ministros no governo federal (Agricultura; Pesca e Minas; Energia), foi a legenda mais contemplada, com R$ 430 milhões.

Também da base do governo, o MDB aparece em terceiro lugar, com R$ 310 milhões de emendas pagas.

Votações

Nesta semana, o governo tem votações decisivas, como a indicação de Lula para o STF do advogado Cristiano Zanin. Ele será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e precisa ser aprovado por pelo menos 41 senadores para concretizar sua indicação.

Além disso, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) vota o arcabouço fiscal, principal projeto econômico do atual governo. A intenção é que o texto vá ao plenário do Senado ainda nesta terça-feira, 20. O projeto terá de voltar à Câmara dos Deputados já que houve alterações no texto original.

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