Das 90 assinaturas recolhidas para o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, uma é de um deputado federal do Acre. A lista foi publicada nesta terça-feira (18) pela deputada federal, Carol de Toni (PL-SC), no Twitter.
Membros da oposição querem o impedimento do ministro por ter proferido críticas ao ‘bolsononarismo’ durante discurso proferido no Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE), ocorrido na semana passada.
“Estar aqui é reencontrar o meu próprio passado de enfrentamento do autoritarismo, da intolerância e de gente que grita em vez de ouvir, de gente que xinga em vez de botar argumentos na mesa. Isso é o bolsonarismo! Quem tem argumentos, quem tem razão, quem tem a história do seu lado coloca argumentos na mesa. Não xinga, não grita. Esse é o passado recente no qual nós estamos tentando nos livrar”, disparou o ministro a um grupo de estudantes que protestavam contra a presença dele no evento.
Mais tarde, o STF lançou nota onde diz: “Como se extrai claramente do contexto da fala do Ministro Barroso, a frase ‘Nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”.
Mesmo assim, a articulação no Congresso vem sendo feita. Segundo atualização de ontem, 77 deputados e 13 senadores já assinaram o requerimento que deve ser protocolado em breve no Senado Federal. Do Acre, apenas o deputado Coronel Ulysses (UB) assinou o dispositivo.
TRÂMITES
Segundo o regimento, um pedido de impeachment de ministros da Suprema Corte deve ser analisado pelo Senado Federal. Após os trâmites administrativos, caberá ao presidente da Mesa Diretora, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) seguir ou não com o pedido. Caso o pedido avance, o ministro poderá ser afastado do cargo até o julgamento da ação.
Wanglézio Braga, O Palaciano