COLUNA DO EVANDRO CORDEIRO (AcreNews)
A polarização política no Brasil nos últimos anos é tão medonha que esses dias vi um artista nacional dizer o seguinte em um desses podcast famosos: “Eu nunca vou perdoar o Bolsonaro por ter sido obrigado a votar no Lula”. Foi isso mesmo na última eleição, por causa da inexistência de uma terceira via. Pois nas eleições para prefeito, país afora, não se iludam, vai prevalecer o confronto. A disputa em Rio Branco e em todos os demais municípios do Acre não vai ter como fugir dessa quase regra. Os embates, inevitavelmente, serão entre lulistas e bolsonaristas. Na capital, a direita, se é que podemos chamar assim, deve sair fragmentada, com ao menos duas candidaturas, a do prefeito Tião Bocalom, que ainda está no PP, mas que deve se mudar para o PL de Bolsonaro, aqui conduzido pelo senador Márcio Bittar, e a do Alysson Bestene (PP), nome do Palácio Rio Branco. Por fora ainda tem a ‘ameaça’ de candidatura do deputado estadual Emerson Jarude, do Novo, também bolsonarista. Do outro lado, à esquerda e extrema-esquerda, a candidatura do presidente Lula com todos os partidos do mesmo DNA, tendo Marcos Alexandre na cabeça. Em Cruzeiro do Sul, segundo maior colégio eleitoral, o cenário se repete, com o prefeito Zequinha Lima (PP) tendo que se digladiar com uma frente idêntica a da capital, puxada pela provável candidatura da ex-deputada Jéssica Sales, do MDB, que também terá como cabo eleitoral dentro dessa polarização, exatamente o presidente Lula. Portanto, no menor distrito do país prevalecerá esse jogo entre as duas forças. Pior é que o Brasil não dar sinais de desmanche desta bilateralidade.