Acre recebe auditoria da China para habilitar frigorífico bovino, informa coluna Agronews

  • Nene Junqueira

Na manhã desta quinta-feira (25) foi realizada auditoria de forma virtual no frigorífico Frisacre, conduzida por auditores da Administração-Geral de Aduanas da República da China (GACC) e acompanhada por auditores do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Foram montadas três bases em diferentes pontos, na China, em Brasília (DIPOA) e Cuiabá (1º SIPOA). Ao todo 28 estabelecimentos brasileiros exportadores de carne irão passar por auditoria remota, agendadas para o período de 15 a 26 de janeiro de 2024.

Com a possível habilitação do Acre, será aberto um novo mercado de exportação para a carne bovina, a China é o maior comprador de carne do Brasil, e a que paga melhor preço por tonelada, a tendência é de dias melhores para a pecuária acreana, atualmente o rebanho do Acre é de 5 milhões de cabeças, em breve teremos o “Boi China” do Acre.

O “Boi China” é conhecido entre os criadores e se refere ao gado da raça nelore que atende ao padrão exigido pelo mercado chinês.
Investir nesse padrão significa garantir portas abertas para a exportação e vender por um preço melhor, pois a China é o maior mercado consumidor de carne bovina do mundo, e quase metade da carne bovina consumida no país asiático é proveniente do Brasil.
O gado nelore, de origem indiana, adaptou-se bem ao clima tropical do Brasil e é amplamente criado no país. Os “Bois China” normalmente possuem pelagem clara, boa carcaça, musculatura bem distribuída, e destacam-se pela rusticidade.

Para ser exportado para a China, o animal precisa atender a certas características, com menos de 30 meses e ter no máximo quatro dentes molares na boca, além de estar com a saúde em dia.
A valorização do “Boi China” é significativa, e a arroba costuma ser comercializada em média R$ 10 mais cara do que o preço praticado no mercado nacional. Essa diferença de preço faz muita diferença no bolso dos pecuaristas.

Ele está se tornando uma referência global de carne bovina de alta qualidade, atraindo a atenção de compradores de carne bovina em todo o mundo. A chave para produzir um Boi China de qualidade está em garantir que ele seja um animal de “ciclo curto”.

Para criar um gado no padrão, é importante investir em um alimento de qualidade para encurtar o tempo de engorda do animal e aumentar o giro de bois no pasto. Cada vez mais os pecuaristas de vários estados têm apostado nessa estratégia, buscando a remuneração maior pela arroba no mercado externo.

Nos últimos anos, a pecuária bovina de corte brasileira passou por uma verdadeira revolução que mudou radicalmente o perfil de abate e impulsionou as exportações de carne.

  • Nene Junqueira é produtor rural e ex-secretário de Estado de Agricultura do Acre (2021/2022)

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