R7 NOTÍCIAS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (7), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode falar o que quiser, uma vez que o Brasil tem “um colhão de 350 bilhões de dólares”. De acordo com o Executivo, essa reserva brasileira dá “certa tranquilidade” ao país e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e segura a nação contra qualquer crise.
“Nós, pela primeira vez, fizemos uma reserva de US$ 370 bilhões, o que segura esse país até hoje contra qualquer crise, qualquer crise. Mesmo o presidente Trump falando o que ele quer falar, o Brasil está seguro porque temos um colchão de 350 bilhões de dólares, que dá ao Brasil e ao Fernando Haddad uma certa tranquilidade (sic)”, disse Lula.
As declarações foram dadas pelo presidente durante agenda em Cajamar (SP). Lula destacou que, antes de assumir o terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, o Brasil não tinha dinheiro para pagar as importações, devia US$ 30 bilhões para o Fundo Monetário Internacional e não possuía reserva internacional.
Lula participou da cerimônia de anúncio do Mercado Livre. Na ocasião, a empresa anunciou investimentos de R$ 34 bilhões e contratação de 14 mil novos funcionários no Brasil em 2025. “Quando eu ouço o que a empresa vai fazer no Brasil, eu sou obrigado a dizer que sou um cara de muita sorte, muita sorte”, brincou. Na sequência, pontuou as demais aplicações.
“E só no ano passado recebi anúncio da indústria automobilística, que vai investir R$ 139 bilhões até 2028. A indústria do aço vai investir R$ 115 bilhões. A indústria da construção civil vai investir R$ 120 bilhões. O PAC é mais R$ 1 trilhão. Ora, se tudo isso não gerar emprego, o que vai acontecer nesse país? Todo mundo vai ter um pouquinho, todo mundo vai comprar, todo mundo vai poder dar um presente, ou seja, a economia começa a funcionar e todo mundo ganha”.
Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo pacote de tarifas comerciais que afetará diversos países. No caso do Brasil, os produtos serão taxados em 10%. A data foi batizada pelo republicano como o “Dia da Libertação”, marca o início de medidas que, segundo ele, têm impacto global e entraram em vigor no último sábado (5).
Em nota, o governo federal lamentou as novas tarifas comerciais impostas por Trump. O Executivo brasileiro destacou que vai manter a postura diplomática em relação ao tema, mas afirmou avaliar “todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”. Até o momento, a aposta da gestão é na saída diplomática e no diálogo. No entanto, não descarta taxar de volta.
No dia 3 de abril, Lula afirmou que vai tomar “todas as medidas cabíveis para defender empresas e trabalhadores brasileiros” diante do tarifaço de Trump. Segundo o presidente, a reação terá como referência a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso Nacional, e diretriz da OMC (Organização Mundial do Comércio).