Por Alexandre Lima, do jornal O Alto Acre
Uma operação realizada por policiais militares do GIRO (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva) resultou na apreensão de um adolescente e na detenção de um ex-presidiário em Epitaciolândia, interior do Acre. A ação ocorreu na tarde desta quarta-feira, 7 de maio, no bairro Aeroporto, após uma denúncia anônima relatar intensa movimentação suspeita em uma residência da Rua Monte Verde, supostamente ligada ao tráfico de drogas.
Ao chegarem ao endereço indicado, os agentes flagraram um menor de idade deitado em uma rede no alpendre da casa. Ao notar a presença da viatura, o jovem tentou fugir, mas foi rapidamente contido. Durante a revista pessoal, os policiais encontraram sete embalagens com substância análoga à cocaína escondidas no bolso de sua bermuda, todas já preparadas para comercialização.
Em uma varredura no local, os militares localizaram uma pistola calibre .40 municiada com 10 projéteis intactos, escondida na própria rede onde o menor repousava. Segundo o adolescente, a arma teria sido entregue por um indivíduo identificado como Elissandro da Silva Chaves, conhecido no meio policial como “Dragão”. Além disso, uma bolsa feminina contendo 19 porções de maconha, ocultas dentro de uma fralda descartável, foi localizada nas proximidades, junto com uma balança de precisão — material frequentemente utilizado na pesagem de entorpecentes para venda.
Ainda na residência, foi abordado Pedro (sobrenome não informado), que havia saído recentemente do sistema penitenciário após cumprir pena por roubo. O ex-detento revelou estar em liberdade há cerca de um mês, mas admitiu não ter se apresentado à unidade de monitoramento para instalação da tornozeleira eletrônica, conforme determinado pela Justiça.
Diante das evidências, os dois indivíduos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Epitaciolândia para os devidos procedimentos legais. O adolescente foi autuado por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e corrupção de menores. Já Pedro deve responder por descumprimento de medida judicial e poderá ter sua liberdade revogada.
A Polícia Civil investiga se há vínculos dos envolvidos com facções criminosas, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria sido citado na denúncia recebida de forma anônima. O caso será encaminhado ao Ministério Público para avaliação e posterior judicialização.
A atuação do GIRO reforça o trabalho de combate ao tráfico e ao crime organizado na região de fronteira, considerada uma das mais sensíveis do estado devido à sua proximidade com a Bolívia.