FONTE: AC 24 HORAS
O Acre virou manchete nacional no último domingo (08), e não foi por algo positivo. O programa Fantástico, da TV Globo, escancarou a dura realidade da rede pública estadual de ensino: uma escola no ramal do Limoeiro, em Bujari, foi exibida em rede nacional sem paredes, sem piso, sem água e – pasmem – com baratas na geladeira onde deveriam estar armazenados alimentos para crianças.
A exposição gerou revolta nas redes sociais, e o governador Gladson Cameli (PP), visivelmente pressionado, resolveu se pronunciar nesta segunda-feira (09), tentando apagar o incêndio com balde furado. Em uma publicação em seu perfil, Cameli admitiu os problemas, mas tentou puxar os méritos para si, dizendo que o governo “já está construindo uma nova escola”. Segundo ele, “o mesmo programa que mostrou os problemas também mostrou a solução”.
Apesar da promessa de medidas corretivas, a indignação popular não foi aplacada. Muitos apontaram que a situação absurda mostrada na televisão é reflexo de anos de negligência e descaso com a educação, especialmente nas zonas rurais do estado. Cameli, porém, tenta se esquivar: “Nosso governo não esconde os problemas. Trabalhamos para encontrar soluções”, escreveu, como se a culpa fosse de gestões passadas ou da chuva.
Para completar, o governador não estava sequer no estado quando a bomba estourou. De São Paulo, onde cumpre uma agenda para “atrair investimentos”, ele tenta remediar o estrago com promessas e relatórios. Cameli também anunciou que determinou à Secretaria de Educação a realização de um diagnóstico completo da situação escolar no Acre, com prazo de até 90 dias para apresentar soluções.
Enquanto isso, alunos continuam estudando em condições subumanas. E o povo acreano se pergunta: por que foi preciso uma reportagem nacional para o governo enxergar o que acontece no próprio quintal?