Marina Silva critica tarifa dos EUA e cobra compromissos climáticos

FONTE: AC 24 HORAS

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou como “injusta” a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo dos Estados Unidos. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (13) à CNN Brasil, Marina afirmou que a medida, que prevê uma taxação de 50%, “parece buscar um pretexto” e não encontra justificativa plausível.

Segundo a ministra, o Brasil vem cumprindo seus compromissos com as políticas climáticas, ao contrário dos EUA. “O desmatamento caiu 46% nos dois primeiros anos, em comparação com 2022. No Cerrado, a redução foi de 25% e, no Pantanal, 77%. Ou seja, o Brasil está cumprindo seu dever de casa. Quem não cumpre são os Estados Unidos, que saíram do Acordo de Paris”, afirmou.

A posição norte-americana foi amparada pela chamada sessão 301, aberta para investigar supostas práticas protecionistas e comerciais brasileiras, na qual o desmatamento foi citado como argumento. Para Marina, a postura é incoerente e contrasta com a ausência de críticas ao governo anterior, que, segundo ela, “abandonou políticas ambientais, desmontou o Ibama, cortou orçamento e abriu a porteira” para o avanço da degradação ambiental.

A ministra também acusou Washington de tentar interferir nos poderes brasileiros para beneficiar aliados políticos que, em sua avaliação, “destruíram políticas ambientais” no país.

COP30 e desafios ambientais

Marina Silva comentou ainda sobre a COP30, marcada para os dias 10 a 22 de novembro, no Brasil. O governo norte-americano ainda não confirmou sua participação no evento. Para a ministra, a conferência deve ter como foco principal a implementação das decisões já acordadas em cúpulas anteriores.

“É hora de avaliar se as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) são suficientemente ambiciosas e, caso não sejam, ajustá-las para não ultrapassar o aumento de 1,5°C na temperatura média global”, disse.

A ministra defendeu que a COP30 crie um mapa de implementação das metas, com definição de estratégias para garantir financiamento de investimentos climáticos e para planejar a transição que levará ao fim do uso de combustíveis fósseis.

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