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Nicolás Maduro é visto como ditador e acusado pelos Estados Unidos de ser o chefe de um cartel narcoterrorista com atuação internacional

O governo de Donald Trump afirmou, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (19), que usará “toda a força americana” para combater o narcotráfico e o regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. O anúncio foi feito pela porta-voz Karoline Leavitt.

“O presidente [Donald Trump] está preparado para usar toda a força americana para impedir que as drogas inundem nosso país e para levar os responsáveis à Justiça. O regime de Maduro não é o governo legítimo, é um cartel narcoterrorista”, declarou.

Segundo a Reuters, 4 mil marinheiros e fuzileiros navais estão abordo de três destróiers equipados com mísses guiados Aegis a camiho da Venezuela. Esses mísseis possuem poder de detectar, rastrear e interceptar alvos aéreos e navais.

Representantes de Trump afirmaram ainda para a agência, sob condição de anonimato, que o governo cogita enviar aviões espiões, navios de guerra e submarinos de ataque para a região do Caribe.

Donald Trump tem utilizado como justificativa o combate ao narcotráfico latino-americano, que tem sido apontado como organizações terroristas globais.

Em fevereiro desse ano, o presidente dos Estados Unidos classificou o Cartel de Sonaloa, do México, e o grupo Tren de Aragua, da Venezuela, como organizações terroristas globais.

Em maio, representantes do governo norte-americano estiveram reunidos com membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública de Lula e citaram a possibilidade de classificar as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas, o que foi descartado pelo governo brasileiro. Ainda não há informações sobre recuo ou avanço de Trump frente a essa questão.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite da última segunda-feira (18) que enviaria cerca de 4,5 milhões de milicianos armados para as fronteiras da Venezuela. “Milícias preparadas, ativadas e armadas”, disse o ditador.

O temor de Maduro tem aumentado depois que Trump dobrou a recompensa para quem entregar seu paradeiro e passou a oferecer 50 milhões de dólares.

O cerco dos Estados Unidos contra a Venezuela tem chamado a atenção de autoridades do mundo todo, em especial latino-americanas. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou na última segunda que a Venezuela é um território livre e que “nenhum império vai tocar o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul”

O governo brasileiro ainda não se manifestou publicamente sobre a ameaça de Trump ao país vizinho, mas tem relatado em anonimato para a imprensa um estado de apreensão.

A ameaça militar dos EUA contra a Venezuela, que faz fronteira com o Norte do Brasil, acontece em meio a constantes embates entre Lula e Trump. O presidente republicano tem afirmado que o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro tem promovido perseguições contra Jair Bolsonaro (PL).

Nas últimas semanas, Trump aplicou tarifas de 50% para produtos brasileiros e tem colocado em cheque a democracia do Brasil, ao afirmar que o Supremo tem perseguido adversários políticos, cerceado as liberdades individuais e atacado os direitos humanos.