Por Reginaldo Guerra – Jornalista
O recente assassinato do influenciador de direita Charlie Kirk, nos Estados Unidos, expõe mais uma vez o perigo crescente da intolerância política. Kirk, conhecido por ser um apoiador do presidente Donald Trump e por criar um modelo de debates em universidades com jovens estudantes, foi brutalmente silenciado com um tiro no pescoço. Seu único “crime”: defender ideias diferentes daquelas aceitas pelos setores mais radicais da esquerda americana.
Esse episódio não é isolado. A própria história recente mostra como líderes e influenciadores de direita têm se tornado alvos de violência. No Brasil, vimos em 2018 o então candidato Jair Bolsonaro quase perder a vida após uma facada durante a campanha eleitoral, ataque cometido por alguém ligado à extrema esquerda. Nos Estados Unidos, o próprio Trump já sofreu tentativas de atentado, com um tiro pegando de raspão em seu rosto. Na Colômbia, nosso vizinho, também tivemos a morte de lideranças políticas como o candidato Uribe, por motivos ideológicos. O padrão é claro: a violência, quando parte de setores radicais da esquerda, parece ser sistematicamente minimizada ou relativizada.
O caso de Kirk mostra ainda outra realidade preocupante: a dificuldade da mídia tradicional em reconhecer a existência de uma extrema esquerda violenta. Para muitos veículos, só há “extrema direita”. No entanto, a história é implacável ao registrar os horrores cometidos por ditaduras de esquerda, como Stalin na União Soviética e Mao Tsé-Tung na China. Foram regimes que exterminaram milhões em nome de uma ideologia que, até hoje, ainda encontra quem justifique ou relativize.
Enquanto isso, cresce uma narrativa perigosa em redes sociais e em certos espaços acadêmicos: todo branco ou todo direitista é tachado de “nazista”. Essa generalização é não apenas falsa, mas também abre espaço para a legitimação da violência. Afinal, se o adversário político é reduzido a um inimigo desumanizado, qualquer ato contra ele se torna aceitável. É essa lógica que está por trás de ataques como o que vitimou Charlie Kirk.
Não é exagero afirmar que vivemos um tempo em que parte da esquerda radical se comporta como um grupo cada vez mais próximo do terrorismo ideológico. Essa mesma esquerda que já justificou massacres no passado, hoje silencia diante de crimes cometidos por radicais, desde que sejam contra seus opositores.
E eu deixo aqui uma reflexão: até quando vamos tratar essa violência como normal? Até quando a sociedade vai aceitar que grupos e porta-vozes da esquerda sejam poupados da responsabilidade que tanto exigem da direita? A democracia só existe quando há espaço para o contraditório, para o debate. Se a resposta para a divergência política for a bala, a faca ou o silêncio imposto pelo medo, estaremos diante de uma democracia em ruínas.
Charlie Kirk não era um nazista, assim como Bolsonaro e Trump não são. Eles representam um espectro político legítimo, que precisa ter voz. E se não tivermos coragem de denunciar a violência e a intolerância, cedo ou tarde, a próxima vítima poderá ser qualquer um de nós.