O prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, participou nesta quarta-feira da manifestação realizada por estudantes brasileiros contra a Universidade Amazônica de Pando (UAP), em Cobija, na Bolívia. O ato reuniu acadêmicos do curso de Medicina que denunciam práticas consideradas abusivas, irregulares e desonestas por parte da instituição, especialmente contra alunos estrangeiros.
Durante a manifestação, Sérgio Lopes declarou apoio integral aos estudantes e criticou duramente a postura da universidade. Segundo ele, a UAP tem aplicado reajustes considerados “absurdos”, chegando a quase 150% no valor de documentos obrigatórios para a continuidade do curso. “Os maiores prejudicados são justamente os brasileiros, que entram na universidade com uma promessa sedutora e, ao longo da formação, passam a enfrentar cobranças abusivas e injustificáveis”, afirmou.
O prefeito também sugeriu que futuros estudantes que pretendem cursar Medicina na fronteira busquem instituições particulares alternativas, evitando a UAP. De acordo com ele, a universidade se destaca negativamente no departamento de Pando. “É, sem dúvidas, a pior instituição da capital de Pando. A burocracia é enorme, os aumentos são constantes e o desrespeito com os brasileiros é inadmissível”, declarou.
Sérgio Lopes ainda recomendou que os alunos atualmente matriculados na UAP considerem migrar imediatamente para outras universidades, ressaltando que há opções com melhor estrutura, tratamento mais respeitoso e procedimentos administrativos mais claros.
A Prefeitura de Epitaciolândia mantém um Centro Integrado de Apoio aos Estudantes de Medicina na Bolívia, criado para fornecer orientação, suporte jurídico e auxílio em questões burocráticas. Entretanto, segundo o prefeito, entre todas as universidades da região, a UAP foi a única que não prestou qualquer colaboração ao centro, fato que, segundo ele, se repete desde o início da presença de estudantes brasileiros no curso de Medicina.
É importante ressaltar que alguns professores e integrantes da direção da UAP foram presos na Bolívia durante investigações envolvendo irregularidades administrativas. Apesar das ações policiais, afirma – se que os abusos continuam sendo praticados, sobretudo contra brasileiros.
“Não podemos aceitar que nossos estudantes sejam explorados. A fronteira precisa ser um lugar de oportunidades, não de abusos”, concluiu o prefeito durante o protesto.
A UAP ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações.

