Governo operou para barrar ida à CPMI do INSS de alvos de operação da PF

POR CNN BRASIL

Requerimentos de convocação foram barrados após atuação da base governista

A base governista do presidente Lula operou para barrar na CPMI do INSS convocações e quebras de sigilos telemáticos, fiscal e bancários de alvos nesta quinta-feira (18) de mais uma fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal.

Um dos requerimentos pedia a convocação do agora ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência Adroaldo da Cunha Portal, exonerado nesta quinta-feira pelo governo após a operação da PF prendê-lo

No dia 4 de dezembro, a CPMI apreciou requerimento de convocação que foi rejeitado por 16 votos a 14. Os votos que compuseram a maioria vieram de partidos de esquerda (PT, PSB, PDT, PcdoB) e de parlamentares do Centrão alinhados ao Palácio do Planalto (PSD, MDB, Republicanos e PSDB).

A PF entendeu haver “movimentações suspeitas” de recursos entre Adroaldo, o filho que é ajudante parlamentar do senador Weverton Rocha (PDT-MA), outro alvo da operação de hoje, e a chefe de gabinete no Ministério da Previdência.

Na mesma votação em 4 de dezembro, foi tentado quebrar o sigilo telemático, bancário e fiscal da empresária Roberta Luchsinger, amiga de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula. Para a PF, ela integrava o núcleo político da organização criminosa e mantinha sociedade com uma das peças-cheve do esquema, Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.

“Os elementos colhidos durante o transcurso das investigações indicam que a investigada matinha sociedade de fato com ANTÔNIO CAMILO em searas de atuação diversas, especialmente na área de saúde pública, com atuação junto à ANVISA e Ministério da Saúde. A PF observa que ROBERTA “apresenta-se como pessoa com acesso a estruturas de poder capazes de influenciar decisões de natureza política”, diz a decisão do STF de hoje.

O placar foi o mesmo que rejeitou o pedido de convocação de Adroaldo: 16 votos a 14.

A CPMI também apreciou no mesmo dia e rejeitou, desta vez por 19 votos a 12, a convocação e a quebra de sigilo bancário e fiscal de Danielle Fonteneles, alvo da operação e que a Justiça determinou monitoramento eletrônico.

Segundo a PF, a publicitária fundou a agência Pepper Comunicação, que já prestou serviços ao PT e é especializada em marketing político, e nas investigações apareceu como “responsável pela execução das iniciativas da organização criminosa em Portugal, sendo beneficiária da quantia total de R$ 13.108.767,68 provenientes” de Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.

Paulo Pimenta liderou na sessão do dia 4 de dezembro a rejeição a esses requerimentos. Segundo as notas taquigráficas do Senado, ele disse: “Sr. Presidente, esses requerimentos – isso é um conjunto de requerimentos -estão fora do escopo da investigação da CPMI. Não há nenhum nexo com relação a desconto associativo, não há nenhum nexo com relação a questões que são objeto da investigação da CPMI. Vários desses requerimentos têm claramente o objetivo de estabelecer uma forma de tirar atenção daquilo que é o central.”

Em setembro, a oposição também tentou convocar Gustavo Marques Gaspar, empresário e ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

Ele é apontado nas investigações como quem assinou procuração concedendo plenos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal como “homem da mala” do “Careca do INSS”.

Os dois requerimentos foram apreciados no dia 25 de setembro e acabaram rejeitados por 19 a 11.

Na ocasião, Pimenta disse: “Não há materialidade entre o requerimento e a investigação que até agora foi feita”, disse na ocasião.

CNN procurou o deputado Paulo Pimenta e tenta contato com as defesas dos demais alvos da operação dessa quinta.

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