FONTE: CNN BRASIL
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma derrota inesperada nesta quarta-feira (20), com a eleição do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da CPMI do INSS. A reviravolta, que contrariou os planos do Palácio do Planalto, é atribuída por interlocutores do Congresso a uma falha de articulação política da base governista.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), nome apoiado pelo governo para presidir a comissão, perdeu a disputa para Viana, que é visto como um nome independente, mas alinhado a Davi Alcolumbre (União-AP). Fontes ouvidas pela CNN apontam que, apesar de ter tido quatro meses para se articular e contar com o auxílio do presidente do Senado para adiar a instalação, o governo não conseguiu garantir uma cúpula mais favorável na condução dos trabalhos.
A surpresa com a derrota de Aziz foi sentida até mesmo entre parlamentares da base governista. Após ser eleito pela maioria, Carlos Viana anunciou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, uma escolha também vista pela oposição como estratégica.
A reviravolta foi construída em um esforço conjunto da oposição, liderada pelos líderes do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ) na Câmara e Rogério Marinho (PL-RN) no Senado. A articulação, montada entre a terça-feira (19) e a quarta (20), focou em uma negociação individual com os membros da comissão.
A candidatura de Carlos Viana surgiu como uma opção de meio-termo para atrair apoio de parlamentares do centro, que viam em seu nome uma alternativa ao candidato governista. Segundo fontes, a articulação da oposição não estava no radar de Alcolumbre nem dos governistas, que também atribuíram a derrota às ausências de políticos do MDB na sessão.
A CPMI, patrocinada pela oposição, foi criada para investigar um suposto esquema bilionário de fraudes em descontos de aposentadorias e pensões. A abertura do colegiado foi formalizada em junho, mas sua instalação estava pendente da nomeação dos membros. Agora, o PL ainda tenta emplacar os nomes de Bia Kicis (PL-DF) ou Coronel Fernanda (PL-MT) para a vice-presidência na próxima reunião.