O governador do Acre Gladson Cameli pediu a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, autorização para poder voltar a falar com o pai, o empresário Eládio Cameli e com o irmão Eládio Júnior. Os três estão proibidos de se comunicar há três meses por conta de medidas restritivas estabelecidas na terceira fase da Operação Ptolomeu. Eládio, o pai do governador, tem 70 anos e está com a saúde debilitada.
Segundo interlocutores, ele está sofrendo muito com a impossibilidade de falar com os filhos. O clima ficou ainda mais pesado depois no último mês, quando o governador e o irmão não puderam comparecer a tradicional confraternização da família no Dia das Mães. Oriundo de uma família de imigrantes, Eládio tem uma relação muito forte com os filhos e os irmãos.
“A separação entre pai, um homem idoso, e filhos, é uma medida desproporcional contra uma família. As investigações estão em curso há dois anos. Nada justifica a proibição de que um pai fale ou receba a visita de um filho. Esse é um rigor excessivo e infundado.”, afirma o advogado Pedro Ivo Velloso.
A Corte Especial do STJ deve decidir sobre o pedido nos próximos dias. Para Velloso, estão usando contra o governador os mesmos métodos que a Lava-Jato de Curitiba empregou para investigar e desestabilizar todo o sistema político brasileiro. Os métodos abusivos acabaram se voltando contra setores do Judiciário.
“A Lava-Jato produziu muitos filhotes nocivos. Um deles está grassando no Acre”, afirma Velloso.