Tentativa de sequestro na fronteira revela avanço da criminalidade entre Brasil e Bolívia

Uma tentativa de sequestro ocorrida na tarde desta quarta-feira (26) na ponte que liga Epitaciolândia (AC), no Brasil, a Cobija, na Bolívia, voltou a expor o cenário crítico da segurança pública na região de fronteira. O episódio mobilizou forças policiais dos dois países e reforça a escalada da violência que atinge as cidades brasileiras e bolivianas ao longo da faixa fronteiriça.

Segundo informações apuradas, um taxista brasileiro transportava alguns passageiros quando eles anunciaram um assalto e obrigaram o motorista a seguir para o lado boliviano. Ao chegar ao posto de controle já em território estrangeiro, o condutor conseguiu pedir ajuda aos policiais bolivianos, que rapidamente interceptaram o veículo sobre a ponte internacional.

Um vídeo registrado no local mostra o momento em que um dos suspeitos é preso pelos agentes bolivianos. Os outros dois homens conseguiram fugir, entrando na mata e seguindo pela região do Igarapé Baía. Apesar da tensão, nem o motorista nem os passageiros sofreram ferimentos. O detido foi entregue posteriormente às autoridades brasileiras.

Região vive onda constante de violência

A tentativa de sequestro se soma a uma série de episódios violentos que têm se tornado rotina na fronteira entre Brasil, Bolívia e também Peru. Moradores relatam sensação de abandono, medo constante e domínio crescente de facções criminosas, que disputam território para o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Mortes semanais, desaparecimentos, confrontos armados e ações ousadas de criminosos têm marcado o cotidiano de cidades como Epitaciolândia, Brasiléia, Cobija e Assis Brasil da tríplice fronteira. Em muitos bairros, a população afirma que “a lei das facções” tem sido mais presente do que a própria segurança pública.

Especialistas apontam que a região estratégica, rota conhecida para o escoamento de drogas e armas,tornou-se alvo de organizações criminosas que aproveitam as fragilidades no policiamento, a falta de infraestrutura e a extensão territorial para atuar com facilidade.

População pede reforço urgente

A sucessão de crimes tem aumentado a pressão sobre governos estaduais e federais para ampliar o efetivo policial, fortalecer a cooperação internacional e intensificar ações de inteligência. Moradores, trabalhadores e estudantes que cruzam diariamente a ponte internacional afirmam que a insegurança chegou a um nível “alarmante” e que medidas emergenciais precisam ser adotadas.

Enquanto isso, episódios como o desta quarta-feira reforçam que a fronteira segue vulnerável e que o avanço das facções criminosas está remodelando a rotina e a sensação de segurança de quem vive entre Brasil, Bolívia e Peru.

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