FONTE: AC 24 HORAS
Manifestação interrompe tráfego na AC-40 e impede transporte escolar e acesso a serviços básicos
Na manhã desta sexta-feira (13), produtores rurais do Ramal Pissarreira, situado na divisa entre os municípios de Rio Branco e Senador Guiomard, realizaram um protesto na rodovia AC-40, nas proximidades da Associação dos Moradores e Agricultores do Igarapé (AMAI). A manifestação, motivada pelo abandono do ramal por parte do poder público, incluiu o bloqueio da estrada com pedaços de madeira e resultou na interrupção do tráfego de veículos na região.
Segundo os organizadores, cerca de 200 veículos ficaram retidos, entre eles ônibus escolares, táxis, carros particulares e caminhões. Aproximadamente 60 crianças deixaram de comparecer às aulas devido à paralisação.
“Hoje nós estamos abandonados pelo poder público. Nós não tem estrada, não tem quem vá ajeitar a nossa energia, porque não tem estrada”, desabafou o morador Marito Silva. Ele relatou ainda que a precariedade da via dificulta até mesmo o acesso à saúde. “Esses dias mesmo eu tive que fazer uma cirurgia com o meu filho e tive que carregar ele nos braços.”
Apesar de oficialmente constar com 7 km de extensão, moradores afirmam que o Ramal Pissarreira possui, na realidade, cerca de 9 km, ligando diretamente ao Rio Acre. A área abriga mais de 100 famílias de agricultores familiares, que dependem da estrada para escoar produção, acessar serviços e se locomover.
“Não estamos pedindo sacolão de prefeito, não estamos pedindo nada de ninguém. Só queremos a melhoria do nosso ramal. Ninguém vê a gente, só na época de campanha”, reforçou Marito.
Os manifestantes afirmam que só encerrarão o bloqueio após uma resposta concreta do governo estadual sobre a recuperação da estrada. Eles destacam ainda que, por se tratar de uma região de divisa entre dois municípios, a resolução do problema poderia ser facilitada. “Se a Prefeitura de Senador Guiomard e a de Rio Branco se alinhassem, fazia o ramal mais ligeiro do mundo, que é só 7 km”, pontuou um dos líderes do protesto.
A manifestação contou com a presença da Polícia Militar e da Polícia de Trânsito, que acompanharam a movimentação pacificamente. A comunidade aguarda agora um posicionamento oficial das autoridades competentes.