O presidente Lula afirmou que o agronegócio, que “nunca antes na história desse país foi tão bem tratado”, tem um “problema ideológico” com o seu governo. As declarações foram feitas nesta quinta-feira, 15, em entrevistas a rádios de Goiás, Estado para onde o presidente viajará na sexta 16.

“Tenho noção do que nós fizemos [para o agronegócio]. O problema deles conosco é ideológico, não é problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Não quero saber se produtor rural gosta de mim ou não”, afirmou Lula.

O governo tem sofrido sucessivas derrotas pela bancada ruralista, que reúne cerca de 300 dos 513 deputados. A Câmara criou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST para investigar a onda de invasões de terra no Brasil desde que Lula assumiu o governo. Foram mais de 20. Nos dois primeiros mandatos de Lula, quase 2 mil invasões de terra foram registradas no país. Nos quatro anos de Jair Bolsonaro, foram 24.

No atual governo, ministros de Lula demonstram relação estreita com movimentos de invasores de terra, como a recente participação em eventos do MST. Além da preocupação com as invasões, os produtores rurais temem a adesão do governo petista a agendas ambientais, que podem inviabilizar muitos setores do agronegócio.

Apesar disso, Lula não reconhece os temores que causa ao agronegócio, setor que alavanca a economia do país. “Não estou preocupado com o fulano e ciclano pensa de mim. Estou preocupado que se as pessoas forem honestas comigo tem que dizer em alto e bom som: nunca antes na história desse país a agricultura foi tão bem tratada como no governo Lula”, afirmou.

Lula inaugura amanhã em Goiás um anel viário em Jataí e um trecho da ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde.