Por Estadão
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para este domingo, 25, na Avenida Paulista vai contar com a presença de três governadores, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ex-ministros e parlamentares do Congresso Nacional. O evento será realizado após Bolsonaro se tornar alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre o planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro e seus aliados próximos são investigados por articularem um golpe após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ação, realizada no último dia 8, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente teve o passaporte apreendido.
O pastor evangélico Silas Malafaia é o idealizador do ato e vai alugar um trio elétrico onde o ex-presidente fará um discurso para os apoiadores. Outros organizadores da manifestação são o ex-ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência (Secom) Fabio Wajngarten e o deputado federal Zucco (PL-RS).
O palanque de Bolsonaro deve contar com os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Ex-ministros de Bolsonaro que cumprem mandatos no Congresso também estarão presentes no ato. São eles: Ciro Nogueira (ex-ministro da Casa Civil e senador PP-PI), Ricardo Salles (ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal PL-SP), Jorge Seif (ex-secretário da Pesca e Aquicultura e senador PL-SC) e Marcos Pontes (ex-ministro da Ciência e Tecnologia e senador PL-SP).
Lideranças da oposição no Congresso dividirão palanque com Bolsonaro
Alvo de uma operação da Polícia Federal no mês passado, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), que é líder da Oposição na Câmara dos Deputados, é um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso que estarão no evento.
Ele foi alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis por planejar, incitar e executar os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. O parlamentar entrou na mira da PF após serem encontradas mensagens trocadas com uma liderança extremista responsável por organizar bloqueios de estradas no interior do Rio após as eleições de 2022. Ele negou as acusações e disse que a ação policial foi uma “perseguição”.
Ao Estadão, outras lideranças do partido do ex-presidente no Congresso afirmaram que irão para o ato. É o caso do líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) e os líderes do PL na Câmara e no Senado, Altineu Côrtes (RJ) e Carlos Portinho (RJ).
Na lista dos deputados, também está o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR). A FPA possui 324 deputados e 50 senadores e cultivou uma proximidade com Bolsonaro no governo anterior. Em contrapartida, a bancada do agro travou embates com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado, consolidando a maior derrota do governo até então, quando foi aprovado o marco temporal das terras indígenas.
As lideranças vão se somar a parlamentares do “núcleo duro” do bolsonarismo como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS), Pastor Marco Feliciano (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e o senador Magno Malta (PL-ES).
Ex-ministras, Luciano Hang e Cláudio Castro serão desfalques
Uma das aliadas mais fiéis do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a senadora e ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, não poderá ir para o ato por conta de um procedimento cirúrgico. Damares foi um dos principais personagens que auxiliaram a pavimentar o bolsonarismo com questões de ordem ideológica.
Outra ex-ministra de Bolsonaro que faltará ao chamamento de Bolsonaro por motivos médicos é a líder do PP no Senado, Tereza Cristina (MS), que foi ministra da Agricultura entre 2019 e 2022. Segundo a sua assessoria, a parlamentar está de licença médica até a semana que vem.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) embarcou para Portugal nesta sexta-feira, 23, com retorno previsto para a semana que vem. Castro participará de uma feira organizada pela Fecomércio-RJ e a linha áerea TAP. Antes de ir para o exterior, Castro avisou Bolsonaro sobre a sua ausência.
Outros dois governadores bolsonaristas vão desfalcar a comitiva de Bolsonaro no ato. Gladson Cameli, governador do Acre pelo Partido Progressista, disse que estará participando de um evento no Oriente Médio e não poderá ir até a Paulista. O chefe do Executivo de Roraima, Antonio Denarium (PP) também não vai comparecer por conta de compromissos no interior do Estado.
Luciano Hang, empresário e dono da rede de lojas Havan que se tornou uma figurinha carimbada das manifestações bolsonaristas, não vai participar do ato na Paulista. Conhecido por trajar ternos verde e amarelo e fazer diversas aparições públicas com o ex-presidente, Hang disse que, desde o término do segundo turno das eleições de 2022, está “100% focado em suas atividades empresariais, e assim continuará, sem participar de agendas políticas”.